Desafio de manter mistério da trama
Mariana Poli e Alberto Pereira Jr.|Folhapress
Mariana Poli e Alberto Pereira Jr.|Folhapress
"Não gosto de comentar. A novela é um policial. Se abrirmos demais, a história perderá a graça', diz o ator. Para ele, Silveirinha é o homem por trás de todos os crimes que pontuam a novela. "Ele é o cara que fica na retaguarda, observando. É o mentor de tudo o que acontece', decreta. Por essas e outras, o ex-empresário sertanejo, que se divide entre Flora (Patrícia Pillar) e Donatela (Claudia Raia), tem roubado a cena e feito os telespectadores se perguntarem de que lado ele está.
"Esse é um dos personagens mais completos da carreira de Fontoura, pois tem ambigüidade. Silveirinha é um acúmulo de tudo o que ele fez na TV. Um ator com menos experiência não conseguiria plantar a dúvida no público', afirma Claudino Mayer, especialista em teledramaturgia.
Com 40 novelas no currículo, o ator - que largou o quinto ano da faculdade de direito para se tornar artista diz se sentir desafiado por Silverinha, um homem de caráter oscilante e passado suspeito. "Nenhum indivíduo é totalmente bom nem totalmente mau. Acho que o Silveirinha tem de tudo um pouco, inclusive uma mágoa porque sua vida não deslanchou.'
Convidado para entrar em A Favorita de supetão, Fontoura pensou em recusar o papel. Assim que terminou Sete Pecados, de Walcyr Carrasco, em fevereiro deste ano, ele passou por uma cirurgia. "Estava me recuperando quando recebi o convite. Disseram-me que seria um trabalho leve. Daí, pedi que meu médico me desse licença e fui viajar', finaliza. As primeiras cenas foram gravadas em Buenos Aires.
Nesse começo do folhetim, aliás, Fontoura afirma ter ficado "perdidão'. "Fiz um trabalho lento. O Silveirinha apareceu à medida que íamos gravando. Novela se faz assim, toda semana um pouquinho', diz. Como não recebeu uma sinopse mastigada pelo autor, teve liberdade para criar.
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