Ó Pai, Ó estréia nesta sexta na Globo
Roberto Midlej, do A Tarde
Lázaro Ramos e Matheus Nachtergaele: destaques no elenco
Foto: link

Roque, Reginaldo, dona Joana, Yolanda, Carmen e seu Gerônimo, personagens do filme Ó Paí, Ó, estão de volta a partir desta sexta, 31, na tela da TV Globo, às 22h20. A história dos moradores de um animado cortiço no Centro Histórico de Salvador saiu dos cinemas para dar origem a uma série de TV de seis episódios semanais, com direção geral de Monique Gardenberg, que também dirigiu o longa de 2007.
Novamente, o elenco do Bando de Teatro Olodum tem uma participação essencial, como aconteceu no filme. O Bando, que está comemorando 18 anos e montou a peça Ó Paí, Ó, em 1992, participou diretamente da criação dos episódios da série, contribuindo para a construção dos diálogos por meio de improvisos realizados pelos atores. O roteiro dos seis episódios é de Guel Arraes (diretor da série O Auto da Compadecida) e Jorge Furtado (Saneamento Básico, o Filme).
O elenco do programa mescla o pessoal do Bando, que ainda não é conhecido nacionalmente, com outros mais populares, como Lázaro Ramos, Stênio Garcia e Matheus Nachtergaele, que, ao contrário dos outros dois, não estava no longa. O público pode sentir falta de Boca, personagem do filme interpretado por Wagner Moura, que não pôde participar da série, já que estava envolvido com a montagem da peça Hamlet.
Segundo Monique Gardenberg, na série, cada episódio é independente. Serão histórias com início, meio e fim, diferentemente do filme, “que era uma obra mais aberta”. Ela revela também que não houve uma regra na abordagem. Um episódio é mais trágico, outro, mais melodramático, outros, cômicos, diz.
Lázaro Ramos – Essa independência dos capítulos também chama a atenção de Lázaro Ramos: “É como se fosse uma trupe de teatro com os personagens que, a cada episódio, vão contar uma nova história para as pessoas. No filme, Roque tinha características muito definidas, mas, na série, em cada episódio, um lado dele fica mais evidente. Tem uns em que aparece mais o lado cômico. Em outro, ele é quase um herói épico”, revela, por telefone.
Será que o telespectador vai ver novamente na televisão um desfile de tipos caricaturais baianos, como nas novelas? “Eu não assumiria como responsabilidade do Ó Paí, Ó representar a baianidade. A série representa um grupo de pessoas que vive num lugar determinado, numa situação determinada. Isso é uma novidade e é autêntico, já que veio das ruas em 1990, devido ao longo trabalho do Bando”, diz o intérprete de Roque.
Lázaro, como no filme, solta a voz em algumas músicas. Agora, Roque está em busca do sonho de se tornar um cantor famoso e, para realizar o desejo do personagem, Lázaro canta músicas como Vou Tirar Você Desse Lugar, clássico brega de Odair José; Café com Pão, que fez sucesso com o Vixe Mainha; e Tão Seu, do Skank.
Canto – Para cantar, Lázaro se preparou em aulas: “Queria cantar melhor que no filme, por isso fiz aula de canto. Além do mais, ele tem uma voz mais aguda que a minha, meio assim [começa a fazer a voz de Roque]. Parece um primo meu”, brinca.
O episódio desta sexta, Mercado Branco, vai mostrar os problemas que Neusão (Tânia Toko) enfrenta na administração de seu bar, no Pelourinho.
Acostumada a vender fiado, ela tem uma lista enorme de devedores, o que dificulta o pagamento de um empréstimo que pegou num banco. Para piorar, Queixão (Matheus Nachtergaele) resolve instalar um isopor para vender cerveja bem em frente ao bar dela e, como atua no mercado informal, não paga impostos e consegue praticar um preço bem abaixo do de Neusão. Mercado Branco tem direção de Mauro Lima, responsável pelo sucesso de bilheteria Meu Nome Não é Johnny.
A série, que tem muitas cenas com música, provavelmente o deixará bem à vontade, já que ele tem longa experiência com videoclipes.
Do teatro para a TV
“Tevê é a arte da espera: você chega para trabalhar às seis da manhã, vai pro set às 10 e começa a gravar ao meio dia”, brinca Jorge Washington, membro do Bando de Teatro Olodum e intérprete de Mattias, um vendedor ambulante de cafezinho que é militante das causas negras. “Mattias é um guardião da comunidade. Ele freqüenta becos e guetos do Pelô, e está bem atento às questões comunitárias”.
Com experiências esparsas em cinema, Jorge Washington estréia agora na TV e fala das diferenças em relação ao teatro: “Monique falava muito pra gente, pedia pra diminuir a carga dramática, para ser mais econômico na interpretação, já que no teatro tudo é grandioso, no cinema, tem que fazer menos, mas, quando vê na tela, a gente entende por que ela pede”.
Érico Brás, que interpreta o taxista Reginaldo, está no Bando há nove anos e começou na peça Cabaré da Rrrrraça. Ele, que está em todos os episódios, teve a experiência de contracenar com Matheus Nachtergaele, Lázaro Ramos, Virginia Cavendish e outros atores bem experientes.
“Hoje, sou fã e colega de trabalho de Matheus. No seriado, ele pegou o sotaque da gente e o ritmo do Bando, que não é fácil. Se entrosou muito rápido”. Ele destaca o empenho de Lázaro Ramos em ajudar os colegas: “A presença de Lazinho foi muito importante porque nós, do teatro, somos meio histriônicos. Ele foi uma espécie de guia da gente”.
Lázaro começou no Bando em 1995 e atuou em diversas montagens do grupo, como Sonho de uma Noite de Verão, Já Fui! e Ó Paí, Ó. Apesar de não integrar oficialmente o Bando, Lázaro diz que o grupo ainda o representa: “Acho que é um estímulo, uma fonte de inspiração para eu não me perder pelo mundo. Não esqueço minhas origens e nem o motivo pelo qual eu escolhi minha profissão.
E o bando é um pouco o símbolo do que pra mim representa minha profissão. Não quero ser ator só para entreter. Quero também levar reflexões às pessoas”, diz.
Reginaldo, personagem de Érico, é casado com Maria, interpretado por Valdinéia Soriano. Ela tem uma banca de trançar cabelo no Pelourinho e mora num cortiço com o marido, mas há anos está esperando a casa própria ficar pronta. A situação fica mais complicada quando ela fica grávida. “Maria é mais um guerreira no Pelourinho. Ela representa a mulher negra de Salvador”, revela Valdinéia.
Outro personagem engajado nas lutas sociais, que também estava no filme, é a Professora, interpretada por Jamile Alves. “Ela é uma militante política que trabalha em prol da comunidade”, diz a atriz, no Bando desde 2002. Para ela, o teatro tem uma vantagem em relação à TV: “No palco, a resposta do público é imediata. Na tevê, a gente demora para ver o resultado”, diz a atriz.
A expectativa do Bando para a estréia é grande e o grupo já marcou de se reunir nesta sexta, 31, no Cabaré do Teatro Vila Velha, para assistir, em conjunto, ao seriado.
Serviço:
Seriado ó paí, ó | Episódio desta sexta: Mercado Branco | Direção: Mauro Lima. Direção geral: Monique Gardenberg | Com Lázaro Ramos e Bando de Teatro Olodum | Às 22h20
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Roberto Midlej, do A Tarde
Lázaro Ramos e Matheus Nachtergaele: destaques no elenco
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Roque, Reginaldo, dona Joana, Yolanda, Carmen e seu Gerônimo, personagens do filme Ó Paí, Ó, estão de volta a partir desta sexta, 31, na tela da TV Globo, às 22h20. A história dos moradores de um animado cortiço no Centro Histórico de Salvador saiu dos cinemas para dar origem a uma série de TV de seis episódios semanais, com direção geral de Monique Gardenberg, que também dirigiu o longa de 2007.
Novamente, o elenco do Bando de Teatro Olodum tem uma participação essencial, como aconteceu no filme. O Bando, que está comemorando 18 anos e montou a peça Ó Paí, Ó, em 1992, participou diretamente da criação dos episódios da série, contribuindo para a construção dos diálogos por meio de improvisos realizados pelos atores. O roteiro dos seis episódios é de Guel Arraes (diretor da série O Auto da Compadecida) e Jorge Furtado (Saneamento Básico, o Filme).
O elenco do programa mescla o pessoal do Bando, que ainda não é conhecido nacionalmente, com outros mais populares, como Lázaro Ramos, Stênio Garcia e Matheus Nachtergaele, que, ao contrário dos outros dois, não estava no longa. O público pode sentir falta de Boca, personagem do filme interpretado por Wagner Moura, que não pôde participar da série, já que estava envolvido com a montagem da peça Hamlet.
Segundo Monique Gardenberg, na série, cada episódio é independente. Serão histórias com início, meio e fim, diferentemente do filme, “que era uma obra mais aberta”. Ela revela também que não houve uma regra na abordagem. Um episódio é mais trágico, outro, mais melodramático, outros, cômicos, diz.
Lázaro Ramos – Essa independência dos capítulos também chama a atenção de Lázaro Ramos: “É como se fosse uma trupe de teatro com os personagens que, a cada episódio, vão contar uma nova história para as pessoas. No filme, Roque tinha características muito definidas, mas, na série, em cada episódio, um lado dele fica mais evidente. Tem uns em que aparece mais o lado cômico. Em outro, ele é quase um herói épico”, revela, por telefone.
Será que o telespectador vai ver novamente na televisão um desfile de tipos caricaturais baianos, como nas novelas? “Eu não assumiria como responsabilidade do Ó Paí, Ó representar a baianidade. A série representa um grupo de pessoas que vive num lugar determinado, numa situação determinada. Isso é uma novidade e é autêntico, já que veio das ruas em 1990, devido ao longo trabalho do Bando”, diz o intérprete de Roque.
Lázaro, como no filme, solta a voz em algumas músicas. Agora, Roque está em busca do sonho de se tornar um cantor famoso e, para realizar o desejo do personagem, Lázaro canta músicas como Vou Tirar Você Desse Lugar, clássico brega de Odair José; Café com Pão, que fez sucesso com o Vixe Mainha; e Tão Seu, do Skank.
Canto – Para cantar, Lázaro se preparou em aulas: “Queria cantar melhor que no filme, por isso fiz aula de canto. Além do mais, ele tem uma voz mais aguda que a minha, meio assim [começa a fazer a voz de Roque]. Parece um primo meu”, brinca.
O episódio desta sexta, Mercado Branco, vai mostrar os problemas que Neusão (Tânia Toko) enfrenta na administração de seu bar, no Pelourinho.
Acostumada a vender fiado, ela tem uma lista enorme de devedores, o que dificulta o pagamento de um empréstimo que pegou num banco. Para piorar, Queixão (Matheus Nachtergaele) resolve instalar um isopor para vender cerveja bem em frente ao bar dela e, como atua no mercado informal, não paga impostos e consegue praticar um preço bem abaixo do de Neusão. Mercado Branco tem direção de Mauro Lima, responsável pelo sucesso de bilheteria Meu Nome Não é Johnny.
A série, que tem muitas cenas com música, provavelmente o deixará bem à vontade, já que ele tem longa experiência com videoclipes.
Do teatro para a TV
“Tevê é a arte da espera: você chega para trabalhar às seis da manhã, vai pro set às 10 e começa a gravar ao meio dia”, brinca Jorge Washington, membro do Bando de Teatro Olodum e intérprete de Mattias, um vendedor ambulante de cafezinho que é militante das causas negras. “Mattias é um guardião da comunidade. Ele freqüenta becos e guetos do Pelô, e está bem atento às questões comunitárias”.
Com experiências esparsas em cinema, Jorge Washington estréia agora na TV e fala das diferenças em relação ao teatro: “Monique falava muito pra gente, pedia pra diminuir a carga dramática, para ser mais econômico na interpretação, já que no teatro tudo é grandioso, no cinema, tem que fazer menos, mas, quando vê na tela, a gente entende por que ela pede”.
Érico Brás, que interpreta o taxista Reginaldo, está no Bando há nove anos e começou na peça Cabaré da Rrrrraça. Ele, que está em todos os episódios, teve a experiência de contracenar com Matheus Nachtergaele, Lázaro Ramos, Virginia Cavendish e outros atores bem experientes.
“Hoje, sou fã e colega de trabalho de Matheus. No seriado, ele pegou o sotaque da gente e o ritmo do Bando, que não é fácil. Se entrosou muito rápido”. Ele destaca o empenho de Lázaro Ramos em ajudar os colegas: “A presença de Lazinho foi muito importante porque nós, do teatro, somos meio histriônicos. Ele foi uma espécie de guia da gente”.
Lázaro começou no Bando em 1995 e atuou em diversas montagens do grupo, como Sonho de uma Noite de Verão, Já Fui! e Ó Paí, Ó. Apesar de não integrar oficialmente o Bando, Lázaro diz que o grupo ainda o representa: “Acho que é um estímulo, uma fonte de inspiração para eu não me perder pelo mundo. Não esqueço minhas origens e nem o motivo pelo qual eu escolhi minha profissão.
E o bando é um pouco o símbolo do que pra mim representa minha profissão. Não quero ser ator só para entreter. Quero também levar reflexões às pessoas”, diz.
Reginaldo, personagem de Érico, é casado com Maria, interpretado por Valdinéia Soriano. Ela tem uma banca de trançar cabelo no Pelourinho e mora num cortiço com o marido, mas há anos está esperando a casa própria ficar pronta. A situação fica mais complicada quando ela fica grávida. “Maria é mais um guerreira no Pelourinho. Ela representa a mulher negra de Salvador”, revela Valdinéia.
Outro personagem engajado nas lutas sociais, que também estava no filme, é a Professora, interpretada por Jamile Alves. “Ela é uma militante política que trabalha em prol da comunidade”, diz a atriz, no Bando desde 2002. Para ela, o teatro tem uma vantagem em relação à TV: “No palco, a resposta do público é imediata. Na tevê, a gente demora para ver o resultado”, diz a atriz.
A expectativa do Bando para a estréia é grande e o grupo já marcou de se reunir nesta sexta, 31, no Cabaré do Teatro Vila Velha, para assistir, em conjunto, ao seriado.
Serviço:
Seriado ó paí, ó | Episódio desta sexta: Mercado Branco | Direção: Mauro Lima. Direção geral: Monique Gardenberg | Com Lázaro Ramos e Bando de Teatro Olodum | Às 22h20
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