Faltam atrações para os pitocos na TV
Crédito:Reprodução,TV Globo
A era das loiras passou, e hoje as emissoras de TV já não investem mais em uma programação só para baixinhos. Nem mesmo o modelo da apresentadora sexy de shortinhos ou minissaia brincando faz sucesso, tampouco as brincadeiras e jogos para crianças. Com isso, os desenhos reinam praticamente sozinhos nas emissoras abertas. Sem saber exatamente o que a gurizada quer ver, os canais preferem não investir para ter pouco retorno. Quem sofre são os telespectadores, que ficam com poucas alternativas.
- A publicidade infantil migrou para a TV a cabo, que tem público de maior poder aquisitivo. Se não há faturamento, por que as emissoras abertas vão produzir? - questiona Mauro Garcia, diretor de Projetos Especiais da Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura.
São poucos os que persistem. Como Renato Aragão, com A Turma do Didi, no ar nas manhãs de domingo da Globo.
- É um luxo continuar fazendo programa infantil diante da concorrência americana. Faço humor para o povão, ingênuo. Mas sei que perdi uma fatia do público porque a internet deixou as crianças de hoje menos ingênuas - resume o comediante.
No comando do Sábado Animado, do SBT, a garotinha Maisa é prova de que as crianças estão realmente menos ingênuas. Com boas sacadas na apresentação ao vivo - o que inclui eventualmente tirar sarro daqueles que ligam para participar do programa -, ela vem disputando audiência com a veterana Xuxa nas manhãs de sábado. Globo e SBT também são as únicas emissoras da TV aberta com algo para os baixinhos além de desenhos animados em sua grade.
Em meio a tantos compromissos com índices de audiência, TV Cultura e TV Brasil acabam sendo alternativas de um conteúdo de mais qualidade. A primeira anunciou que, a partir de 2009, não terá mais publicidade em meio à sua programação infantil, enquanto a segunda pretende investir pesado nas animações brasileiras no próximo ano.
Os especialistas
Os canais de TV a cabo especializados em produção infantil descobriram o caminho das pedras para chamar a atenção das crianças. A maioria ainda conta com boa parte da produção importada, mas uma programação mais personalizada já começa a destacar a grade de alguns, como é caso do Discovery Kids.
- Até na hora da dublagem de um desenho temos extremo cuidado na escolha das vozes, por exemplo - explica André Rossi, gerente de programação do canal, para quem as crianças brasileiras parecem um pouco mais precoces se comparadas ao restante da América Latina e a décadas passadas.
- Eu via Daniel Azulay aos nove anos. Hoje, a série Mister Maker, que segue o mesmo padrão, é vista por crianças de dois a cinco anos.
Vice-presidente da Nickelodeon, Jimmy Leroy não arrisca comparações entre crianças de diferentes partes do mundo.
- Em qualquer país elas gostam de ação, humor e boas histórias - simplifica, afirmando que as séries já são um boom entre a gurizada.
No Brasil, a TV Rá-Tim-Bum é o primeiro canal a cabo a produzir conteúdo exclusivamente infantil. Seu diferencial está na grade totalmente nacional, que começou com programas da TV Cultura até chegar à diversificada programação própria - resgatando, inclusive, o clássico dos anos 1970 Vila Sésamo.
Noveleiros
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