De olho no pódioEmissoras de tevê se preparam para a cobertura das Olimpíadas de Pequim, em agosto
Gabriela Germano/TV Press
Correio da Bahia
Atletas brasileiros treinam há tempos para as Olimpíadas de Pequim. Mas não são os únicos que se preparam com antecedência. As emissoras de tevê também estão de olho na China, onde os jogos começam no dia 8 de agosto. Boa parte dos profissionais da Globo e da Band, únicas redes de tevê aberta com direito de exibição, já está do outro lado do mundo. Mas a verdade é que nenhuma delas definiu a grade de programação no período.
Na Globo, por enquanto, o confirmado é que os telejornais não serão ancorados da China, diferente do que aconteceu na Copa do Mundo do Japão e da Coréia em 2002 – que tinha fuso horário parecido. “É difícil ancorar um evento poliesportivo. Escolher um cenário único para falar de várias modalidades não faz sentido. Optar por outro neutro, mas mudá-lo todo dia, também não é simples”, justifica João Pedro Paes Leme, chefe de redação de esporte da Globo, ao alertar sobre restrições impostas pelos chineses.
A Band promete transmissão ininterrupta das 21h ao meio-dia seguinte, no horário de Brasília. É o período em que ocorre a maioria das competições. A emissora só não confirma o que vai fazer se programas como o Jornal da noite, de Bóris Casoy, por exemplo, baterem com momentos importantes dos jogos. “Damos espaço inclusive para modalidades em que o Brasil não tem atletas de ponta. A Globo não tem a mesma flexibilidade que nós para abrir sua grade de programação”, compara Carlos Gomes, diretor de esportes da Band, que leva 80 profissionais para Pequim. Já a Globo terá uma equipe de 190 profissionais, entre eles, Pedro Bial, Tadeu Schimidt e Marcos Uchôa. Do total, 120 saem do Brasil e 70 são contratados na China.
Para os canais pagos especializados em esportes, as Olimpíadas são um prato cheio. A Bandsports simplesmente vai suspender sua programação habitual para se dedicar aos jogos. Além da exibição ao vivo do evento, noticiários sobre o que acontece ao longo dos dias e reprises dos melhores momentos completam a grade. O SporTV, que em Atenas ofereceu quatro canais aos seus assinantes, dessa vez trabalhará com cinco, um dos quais 24 horas voltado para Pequim. “Um deles é um mosaico com o que é apresentado nos outros quatro. Há também um ícone com o quadro de medalhas”, explica Pedro Garcia, diretor de negócios do SporTV e do Globosat HD.
Já o ESPN trabalha com menos canais, dois no total. Mas o diretor de programação e de jornalismo, José Trajano, aposta na experiência que sua equipe tem no assunto. “Quantidade não é qualidade. Ao contrário de outros que só aparecem nessas horas, vamos fazer o que fazemos todos os dias, há 13 anos”, valoriza, ao dizer que foram feitas palestras sobre a China e parte da equipe teve aulas de mandarim. Ao todo, serão 30 horas de transmissão ao vivo no ESPN e ESPN Brasil por dia, e mais seis horas de jornalismo.
Para as emissoras abertas que não têm o direito de exibição, a alternativa são as matérias comportamentais sobre um país com cultura e costumes bem diferentes dos brasileiros. SBT e RedeTV! terão repórteres na China, que vão entrar ao vivo nos telejornais de suas emissoras. A mesma situação limitada vale para a Record, que tem os direitos exclusivos sobre os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. “Desejamos que essa experiência sirva como aquecimento para nossos profissionais. Eles também vão produzir reportagens para a Record News”, afirma o gerente de comunicação da emissora, Ricardo Frota.
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